Um vinho para chamar de seu

Fazer o próprio vinho pode parecer uma tarefa fácil, mas somente quem participa de cada etapa do processo de elaboração é que compreende que este universo é mais complexo do que se imagina. Neste final de semana, a Vinícola Miolo, no Vale dos Vinhedos, recebeu 21 apreciadores inquietos e com sede de conhecimento. Eles formam o sexto grupo de Vinho Tinto do Winemaker Miolo, experiência única na América Latina que já formou 113 ‘enólogos amadores’ em 10 anos. A agenda foi intensa, mas foi a Poda Seca que marcou o início desta jornada que só acaba em 2021, quando as 60 garrafas do vinho com Denominação de Origem Vale dos Vinhedos (DOVV) chegarão às mãos de cada criador.

De sexta a domingo, eles cumpriram uma programação exclusiva, especialmente pensada para transformar cada momento numa memória inesquecível. No SPA do Vinho Hotel & Condomínio Vitivinícola, onde ficaram hospedados, foram acolhidos com um jantar harmonizado de boas-vindas. De lá, do topo do vale, já podiam avistar do outro lado da estrada, o Lote 43, vinhedo onde a história da família Miolo começou ainda em 1897, quando Giuseppe Miolo chegou da Itália e plantou seu primeiro vinhedo e de onde hoje são cultivadas as uvas que originam o ícone Miolo Lote 43 com DOVV, e onde iriam fazer a poda seca na manhã do sábado.

Depois de compreender a importância de uma poda bem feita e sua relação com o cultivo das uvas, eles confraternizaram ao ar livre num almoço com costelão no fogo de chão, aos moldes do tradicional churrasco gaúcho. A tarde foi dedicada a mais estudos com troca de informações e degustações. Sempre acompanhados pelo diretor superintendente da Miolo, Adriano Miolo, e por uma equipe de técnicos, os futuros Winemakers penetraram na rotina da vinícola, conhecendo todos os setores da empresa e aprendendo cada particularidade da cultura do vinho.

Gosto pelo vinho em comum

Entre os participantes, representantes dos estados da Bahia, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo, além de Brasília (DF). Com profissões totalmente distintas e tendo em comum o gosto pelo vinho, eles também compartilham do interesse de viver a experiência para poder compreender melhor esse mundo tão particular e cheio de descobertas.

“A experiência de ser um Winemaker Miolo me tornou mais humilde frente ao vinho. Só quem vive pode compreender melhor cada vinho que degusta e, assim, reconhecer todo trabalho que está por trás”, relata o médico Álvaro Réa, de Curitiba, que pela terceira vez participa do projeto, desta vez junto com o filho Ricardo e o genro Rafael. Sua primeira incursão foi em 2013, também no módulo de Vinho Tinto, e depois em 2015 com o de Espumantes. “Eu e meu filho queríamos investir no setor, na Serra Paranaense. O Winemaker Miolo nos mostrou que é muito complicado. Hoje sabemos que este não é um assunto para nós, mas seguimos apaixonados pelo vinho”, comenta Réa. Ele também destaca a importância e o cuidado que a Miolo dá a todo processo e a este projeto. “O acolhimento feito pelo próprio CEO da empresa é um tratamento que cabe nossa admiração”.

O baiano Miguel Calmon, que visitou o Vale dos Vinhedos pela primeira vez em 2007, começou a ter mais interesse pelo mundo do vinho em 2012, quando esteve em Mendoza, na Argentina, com seu pai. Lá, adquiriram um acre (40% de um hectare) e passaram a cultivar uvas. O vinho tornou a relação dos dois muito mais próxima e forte. Agrônomo com atuação na conservação da natureza, Calmon agora se dedica a um projeto na Chapada Diamantina, onde junto com o pai cultiva uva em dois hectares. “Adoro a cultura do vinho, mas é preciso conhecer para compreender e é isso que busco ao participar do Winemaker Miolo”, ressalta. “A energia daqui é incrível. São profissionais que pensam em cada detalhe. Fazem tudo com excelência e simplicidade”.

De Brasília, o casal Karina e Rubens Silveira, também pensam em ter seu próprio vinho. Ela advogada e ele juiz, ambos adoram vinho e como dizem: “mantemos uma relação alimentada também por vinho”. Há 22 anos, quando começaram a namorar, passaram a colecionar rolhas. Cabe à Karina escrever a data e o local de cada celebração. Agora, eles pensam em investir na produção de vinhos como projeto futuro, pós-carreira. “Em abril, visitamos a Miolo e ao pesquisar sobre o que a vinícola tem a oferecer ficamos sabendo do Winemaker e logo nos interessamos”, disse Silveira.

Próximos encontros

O Winemaker Miolo contempla quatro encontros presenciais. Sendo assim, o grupo voltará a se encontrar de 8 a 10 de novembro, quando farão a Poda Verde na estação em que os vinhedos florescem. O segundo encontro do grupo será de 27 de fevereiro a 1º de março de 2020, momento de emoção com a colheita a uva. Depois, de 5 a 7 de junho do próximo ano, eles se reencontram para definir o corte do vinho, além da cerimônia de formatura. O gran finale vai acontecer um ano adiante, depois de o vinho permanecer em barricas de carvalho francês e ser engarrafado até chegar às mãos do seu criador.

Mas além destes encontros, o projeto contempla, ainda, outras quatro etapas que são: Criação dos rótulos (julho a outubro de 2020), Produção dos rótulos (novembro 2020), Engarrafamento e Rotulagem (janeiro e fevereiro de 2021) e Entrega dos Vinhos (abril e maio de 2021).

 Informações e inscrições para próximas turmas podem ser feitas pelo e-mail winemakers@miolo.com.br ou pelos telefones (54) 2102.1500 e 9 8133.0032, com Thaís Somensi.

Fonte: Conceito com Brasil

Álvaro Réa Neto (E) e família - Paraná

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